Acará Disco

ACARÁ DISCO – O SEGREDO ESTÁ NA COMPRA ACLIMATAÇÃO

Atualmente devido ao aumento da demanda por esta espécie de peixe, a maioria dos criadores comercializa Discos muito jovens com no máximo 90 dias de nascidos, vemos em anúncios na Internet e mesmo em lojas físicas animais entre 6 e 8 centímetros, portanto ainda muito jovens. Nesta idade os Discos são ainda muito frágeis e necessitam de cuidados especiais, principalmente durante a fase de introdução do peixe no aquário e nos dias subsequentes durante o período de aclimatação.
Discus são oriundos da bacia amazônica e precisam de água “quente” próximo aos 28 graus C, e não toleram bem variações de temperatura, desta forma é obrigatória à utilização de termostatos. Quando adquirir novos Discos, jovens ou não, aumente gradativamente a temperatura do aquário até os 32 graus, desta forma o metabolismo do seu Disco irá aumentar e o estimulará a buscar comida com maior facilidade, então o alimente 3 vezes ao dia, por 1 semana, após este período volte com a temperatura para os 28 graus C, “ sempre de maneira “gradual” sem variações bruscas, gaste pelo menos 2 dias estabilizando a temperatura, então volte a alimentá-lo 2 vezes ao dia.
Nunca em nenhuma hipótese compre Discos criados ou selvagens que não estejam aceitando alimento seco (RAÇÃO) em grãos, certamente ele também recusará este tipo de alimento em seu aquário. Esta dica é mais importante ainda no que diz respeito a animais selvagens, faça com que o lojista alimente o peixe na sua presença. Em um cardume escolha sempre o peixe que procurar primeiro a comida, mesmo que não seja o maior ou mais bonito, lembre-se: Disco grande e lindo que não come morre em poucos dias, Disco pequeno que come com facilidade cresce rápido e adquire cores maravilhosas.
Controle com rigor os parâmetros do seu aquário, principalmente PH, Dureza e níveis de amônia, no ambiente amazônico estes parâmetros não variam como em nosso aquário, o seu Disco tem dificuldade de ambientação quando existe variação muito grande na qualidade da água. O ideal é pH fixo em 6.6 Dureza 0ppm e Amônia tendendo a 0ppm. Água mole e ácida. Depois de bem aclimatado seu Disco viverá por muitos anos.
Discos são peixes gregários, ou seja, vivem em grandes cardumes na natureza, contudo em seu aquário depois de formado o cardume, existe dificuldade de aceitação de novos indivíduos, os peixes que você acabou de comprar pequenos ou não, deverão ser isolados do cardume nos primeiros dias, faça uma divisão no aquário de maneira que o cardume veja o novo peixe, mas não consiga ataca-lo, à medida que observar que a agressividade diminui pode soltar o disco juntamente com os outros. Agindo assim você evitará que seu novo peixe seja atacado e se esconda deixando de comer e ficando propício a contrair doenças. IMPORTANTE: tenha sempre certeza de que seu novo peixe não é portador de algum parasita ou outro tipo de doença, se possível faça quarentena.
Observe atentamente o comportamento do Disco antes de compra-lo veja se não está se coçando, raspando nos objetos ou folhas de plantas, se as nadadeiras estão todas abertas e esticadas e sua coloração bem viva e “clara”. Nunca compre um Disco que esteja escuro, esta característica é causada por uma patologia chamada “Síndrome do disco negro”, é observada em animais que estão seriamente debilitados, “estressados” provavelmente por manipulação inadequada e já estão há vários dias sem comer, existe grande probabilidade deste peixe morrer nos primeiros dias no seu aquário.
Alimentos vivos, tais como Blood Worms, Artêmia Salina, larvas de Besouro, etc... são excelentes fontes de proteína e estimulam o instinto natural de caça que seu Disco possui, principalmente para aqueles aquaristas que temo objetivo de reprodução. Mas tenha cuidado, este tipo de alimento deve ser adquirido de fontes com boa procedência, pois, eles trazem junto de si uma série de microorganismos indesejáveis: protozoários, parasitas, bactérias, vírus que em ambiente natural não representam ameaça para os peixes, contudo no aquário podem causar sérios danos ao ecossistema e a saúde do seu peixe. Discos são muito sensíveis a endoparasitas, muito mais que outras espécies de peixes. Portanto se sua intenção é apenas manter Discos sem intenção de reproduzi-los, existem no mercado inúmeras rações de boa qualidade, prefira sempre as formuladas especialmente para alimentação de Discos, observe sempre o valor nutricional de cada marca cujo teor de proteínas brutas deve ser sempre superior a 40%.

DICA: Se de qualquer forma você quiser de alimentar com este tipo de alimentos como por exemplo Artêmias vivas, compre sempre de lojistas que revendem artêmias criadas com objetivo de utilização em aquariofilia em detrimento de lojistas que trabalham com artêmias coletadas diretamente na natureza, uma boa medida é deixar a porção que será servida aos peixes durante pelo menos 30 minutos em banho de água doce, a diferença de densidade da água doce e a água salgada em que as artêmias vivem, romperá as células da maioria dos patógenos, diminuindo assim os riscos de contaminação.

VERMIFUGANDO DISCUS

Primeiramente que o termo “vermifugar” apesar de amplamente utilizado não é correto pois protozoários não são vermes, e sim parasitas. Portando utilizaremos neste artigo o termo “vermifugar” apenas para a perfeita compreensão de todos aquaristas.
Dentre os microorganismos mais comuns que parasitam os peixes temos os nematóides como capillaria(comun em discos) e camallanus (aquele verme vermelho que fica pendurado no anus do peixe) que podem ser tratados com febendazol (2 mg por litro de água a cada 7 dias 3 vezes) ou levamisol 1-2 mg/ litro por 24 horas ,no "banho ".Mais comuns ainda são vermes cestóides (tênias) , cujo melhor tratamento é o praziquantel,2-10 mg por litro de água 4 horas, repetindo-se em 14 dias.
O alho tem efeito antiparasitário e antibiótico reconhecido e pode ser usado sem efeitos colaterais na almentação de discos e demais peixes.
Lembrem-se que algumas drogas citadas como o febendazol devem ser usadas em preparações solúveis em água e sem veículos tóxicos aos peixes , logo não devemos usar medicaçoes para cães e gatos por exemplo sem conhecer a experiência do uso em peixes.
O panacur comprimidos(febendazol) tem sido usado para tratamento de vermes em peixes com sucesso.
Importante: não devemos concluir que um peixe está com vermes ou protozoários somente pelos sintomas, já que várias doenças ou más condições de água causam os mesmos sintomas. Claro que eventualmente podemos ver vermes pendurados ou fezes longas e brancas, mas a necropsia e o exame parasitológico de fezes podem confirmar o diagnóstico. Podemos tratar contra vermes ou protozoários se suspeitarmos de verminose, mas não concluir ,se o peixe não melhorar, que a medicação não foi efetiva já que não tinhamos um diagnóstico confirmado. Devemos nos lembrar que outras doenças podem estar associadas, como exemplo um peixe com vermes e infecção bacteriana associada. Um vermífugo somente não irá curá-lo.
Devemos lembrar sempre de fazer quarentena, no aquário hospital fica mais fácil se quisermos usar um vermífugo profilático, por exemplo febendazol para nematóides e depois em água nova praziquantel para cestóides. Se o peixe ficar bem em 1 mês de observação fica mais seguro introduzi-lo com nossos peixes antigos .



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Leovan Dielle
Responsável Técnico – AquárioTop
“SEU PEIXE COMO NA NATUREZA”